O VALOR DA EDUCAÇÃO

Uma história do oriente



Certa vez vendo um dos bons documentários da querida TV Escola, não me lembro bem o nome do mesmo, em que a cada episodio mostrava o cotidiano de estudantes de variados países, Turquia, China, Finlândia, Moçambique e até Brasil. Num destes que relatava a vida acadêmica de dois irmãos, chineses de nome impronunciável e inescrevivel para nós, soberbos ocidentais.  
Não teria sido tão empolgante se ambos fossem adolescentes moradores de uma grande metrópoles como Xangai ou Pequim. O interessante foi mostrar o outro lado da China, não aquele da Xangai, nº 1 nos testes do internacional PISA. Mostrava a difícil rotina de dois chinesinhos, uma garota de 9 anos e um menininho de 6.  Rotina dura, até mesmo para homens viris, o que dirá para crianças.
Ambos moravam com seus pais, agricultores analfabetos, no limiar da pobreza estrema, habitavam uma longínqua fazenda longe de tudo, inclusive da escola mais próxima, distante dias de caminhada. Coisa comum na China que apesar de povoada ao extremo tem suas regiões centrais parcamente povoadas, causando enormes dificuldades  ao sistema educacional chinês. Como solução o governo criou escolas internatos onde estes alunos moravam durante a semana, voltando a seus lares nos finais de semana e feriados. O que mais chama a atenção é por um lado à precariedade da escola, muito antiga com mobiliário velho e salas apertadas, contratando com nível de excelência e disciplina que aqueles alunos são submetidos, ali vele a máxima, “estão lá para estudar”, nossos dois personagens dividiam o mesmo alojamento, um pequeno chalé, com m único quarto, um banheiro e uma área de serviço, mesmo os pequenos são responsáveis pela sua alimentação, limpeza, higiene pessoal e lavagem das roupas, no qual são rigorosamente supervisionados por severos inspetores.   
Em sala de aula, apesar da precariedade material, os professores são bem formados, e submetem os alunos a uma rotina disciplinada de estudos e atividades físicas, muito popular na China. Ficou muito claro qual o objetivo daquelas instituições é formar futuros universitários, tão essenciais a economia crescente do país. Todo currículo, é baseado na premissa de mudança de vida, de frequentar uma boa universidade, e galgar uma situação econômica com os próprios esforços.
O maior objetivo da juventude chinesa do interior
O mais interessante nisto tudo foi o apoio dos pais, pessoas rudes e sem instrução. Mesmo a escola sendo gratuita, com o governo fornecendo os cursos, alojamento e livros, o restante é por conta dos pais, como material escolar, roupas, uniformes e alimentação, que aliais é de responsabilidade dos alunos no tocante ao preparo.
Nunca vou me esquecer do discurso do pai diante dos olhinhos brilhantes da menininha.
- Eu e sua mãe trabalhamos de manhã até a noite, para você e seu irmão estudarem, para serem doutores, por isso minha filha, você e seu irmão tem a obrigação de serem os melhores, não os segundo melhores!, É sua obrigação ter as melhores notas e o melhor comportamento, você como irmã mais velha, tem o dever de cuidar e orientar seu irmão. O discurso era acompanhados com gestos positivos da cabeça atenta da menina.
O que tiramos desta adversa realidade, enquanto chineses que mal tem o que comer se matam para dar educação universitária aos filhos, aqui pais se indignam ao terem que comprar um único livro, mais gastam dez vezes mais em um fim de semana, em rodadas de “cerveja e tira gosto.” Que entopem seus filhos com brinquedos idiotas mais não dão um único livro as crianças.

Brasil onde nossas famílias comemoram a entrada de um filho na universidade pública, como que a partir daquele momento o sucesso já fosse garantido, como se eles a partir de agora fossem eleitos, cidadãos diferenciados. Não importa o conhecimento que ainda irão
Chineses no espaço, brasileiros pro espaço....
obter, o benefício que poderão criar a sociedade. Não, agora temos um curso superior, somos mais, não precisamos mais estudar, passamos no vestibular, não precisamos ler mais nenhum livro, já lemos todos da bibliografia do cursinho. Vencemos a peneira social do vestibular e agora vamos viver a vida e deixar que os chineses trabalhem. (e enriqueçam, se tornam potência, lançam foguetes ao espaço....e nós bebemos cerveja.) 

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