Educação em tempo integral, o filho pobre e despresado do ensino.

 

sala_de_aula_vitorianaDepósito de crianças, crechão, aslo infantil, orfanato em meio período, salva pobre, os lisonjeiros adjetivos não terminariam aqui e embora o espaço seja infinito, não iremos nos dedicar a tais pérolas, fruto do preconceito e da má vontade de nossa elite que infelizmente também possui o poder politico e logo é responsável pelas ações envolvendo a educação pública.

O Vale do Paraíba, embora tecnológico e economicamente avançado, detém uma das mais tacanhas mentalidades do país, com índices educacionais medíocres e não condizentes com sua pungência econômica. As experiências na área de educação em tempo integral são meros constructos eleitoreiros, monstros gigantes super-equipados e totalmente disfuncionais, desacreditados pela sociedade e com índices de evasão altíssimos.

Em Lagoinha por dois anos tentou-se estruturar por meio de projeto piloto o ensino em dois turnos, obviamente a experiência sofreu forte rejeição por parte de alguns setores da sociedade lagoinhense e mesmo por alguns docentes. Do ponto de vista pedagógico o projeto não teve tempo nem alcance para surtir o efeito esperado, enfrentando o descredito de boa parcela dos nossos “formadores de opinião” falta de profissionais habilitados, legislação especifica e coordenação dedicada ao mesmo, gerou evasão de alunos e no final do ano cansaço por parte das crianças. Prato cheio para os críticos de plantão que não sendo capaz de separar o fato da proposta, desqualificaram os dois. Uma vez que para esses “intelectuais de botequim e cozinha” cuja os filhos estudam por vezes em escolas particulares ou estão protegidos pela bolha dos salários dos papais, o fracasso de uma aluno depende dele mesmo e a educação deve ser como sempre foi, professor, português, matemática e aluno quieto como estatua de mármore. Tal é o cumulo da mentalidade que numa ocasião um docente propôs que somente o português e matemática fizessem parte do currículo do ensino fundamental. Voltando a atual situação é bem possível que para o próximo ano o projeto ainda um broto seja extinto e mesmo que por milagre sobreviva com toda certeza não será levado adiante pela nova gestão que assumira em 2013, uma vez que fortes indícios apontam para uma volta da ala mais conservadora ao comando do poder executivo. Com isso Lagoinha perde no mínimo uma década e pelo menos quase duas geraçãoes sem as benesses de uma educação de qualidade, para todos e integral, não preocupada com notas e títulos.

Ai que saudade do Anízio Teixeira...

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